ANÁLISE: Apesar de vexatória, cadeirada foi calculada por Marçal e deve lhe render frutos eleitorais
Não se fala em outra coisa no país a não ser o nível de descontrole emocional do candidato a prefeito de São Paulo, José Luiz Datena (PSDB), que diante de provocações do candidato Pablo Marçal (PRTB), não se conteve e partiu para agressão física. A cena deixou uma mensagem clara para o eleitor que o experiente apresentador não tem a mínima condições de lidar com pressão, com agressividade, com debate mais ríspido e essas características são fundamentais para quem pretende assumir cargo público, cujo nível de pressão é cobrança são altíssimos. Datena demonstrou infantilidade emocional.
Por outro lado, o candidato Pablo Marçal, que por ironia do destino vende cursos de inteligência emocional, também mostra despreparo nesse quesito. Falo de cátedra sobre o assunto, já que tenho formação em coaching e psicanálise. As técnicas usadas por Marçal para provocar e desestabilizar os adversários estão são estratégia puras de manipulação, que tem o propósito, ou seja, desestabilizar o oponente, sem escrúpulos ou pudor. Isso não tem nada a ver com inteligência emocional. Foi o que fez ontem no debate, provocou, chamou para o ringue, desafiou e conseguiu o que, milimetricamente, objetivou extrair do debate. Tudo estratégico.
Como sabia que não poderia polarizar com Boulos e Nunes, por causa de sorteio antecipado das perguntas entre candidatos, Marçal foi ao debate com o único propósito de provocar aquela cena. O objetivo dele é continuar avançando no bolsonarismo, já que as últimas pesquisas mostram estagnação. Nada melhor que criar fatos que mexam com as emoções de bolsonaristas que ainda estão balançados a voarem em Nunes por causa do apoio de Bolsonaro. Por isso, a estratégia de Marçal deve lhe render intenções de votos nas próximas pesquisas se, de fato, conseguir avançar nesse segmento.
Não estou criticando a estratégia utilizada por Marçal, embora eu não as utilizasse. Cada tem seu perfil, sua personalidade e limites ou não para alcançar seus objetivos. O que quero deixar claro é que, como faltou controle de Datena para lidar com as emoções, falta a Marçal a assertividade, ou seja, confrontar sem agredir, nas suas provocações.